Vocês votaram e eu escrevi: o tema que escolheram foi “Primeiras palavras”. Mas quem votou em “Amamentação” não fique triste – também irei escrever sobre o tema, mas não hoje 😉
Antes de mais, vamos começar por desmistificar o que são as primeiras palavras. Todos nós, pais, contamos com que as primeiras palavras sejam aquelas já bem ditas e que nós percebemos perfeitamente – de preferência, queremos ouvir “mamã” ou “papá”.
Mas para os pequenos, as primeiras palavras começam muito antes disso!
Enquanto recém-nascidos, os bebés choram como forma de comunicar connosco. É verdade que no início todos os choros me pareciam iguais, mas passadas as primeiras semanas comecei a perceber o que era cada um.
Depois disso, vêm outros sons, quando se apercebe que a boca e a língua também servem para entoar. Daí vão evoluindo para sons cada vez mais trabalhados e claros.
Mas lembrem-se de que cada bebé tem o seu ritmo.
A nossa pipoca começou a fazer alguns sons cedo, mas depois começou a evoluir fisicamente e a parte da fala estagnou um pouco. Não significa que deixasse de fazer os sons que fazia ou que não aprendesse mais, mas antes que passou mais a interiorizar em vez de exteriorizar.
Lembro-me que quando começou a andar, já associava palavras a alguns objetos ou ações. Percebia imenso do que lhe dizíamos.
Continuou a desenvolver a parte física e agora, que está uma mini João Garcia, voltou a desenvolver a parte da fala. Lembremo-nos de que todos estes meses ela foi uma esponja e desenvolveu na mesma esta parte, mas timidamente.
Notamos que o vocabulário que ela aprendeu aumentou exponencialmente e que percebe bem não só o que dizemos como o tom que colocamos nas palavras.
Mas já fala?
A nossa pipoca já exprime sons que claramente são aquilo a que se referem, apesar de não serem os nomes das coisas. Por exemplo, os sons dos animais. Se passa por um cão na rua, imita-o, e se perguntarmos onde estão os nossos gatos, ela vai direta ao sítio. Onde estiverem. Sabe ainda numa foto quem é o pai e a mãe e, mais esporadicamente, quando perguntamos numa foto nossa “quem é?”, apontando para um de nós, ela diz “mamã” ou “papá”.
Não enchem os dedos das mãos as vezes em que de facto nos chama com vontade (acho que só aconteceu duas vezes) portanto ainda falta dar esse passo. 🙂 (E sim, eu sei que me vou arrepender de todas as vezes em que disse que queria que ela me chamasse e falasse, porque quando abrir a torneira vai ser uma enxurrada pior que a desta noite.)
Sabe ainda várias partes do corpo, pede a água (aqui faz um som que só usa mesmo para pedir água) e praticamente já diz “não” (que fofa 🤓). Portanto, os pais vêm abaixo do cão, gato, cavalo, vaca, cabra, macaco, galinha, sapo, elefante, leão, urso, carro, água, não,… É a vida 🤣
Como podemos estimular a construção do vocabulário e a fala?
Uma boa forma de estimular é escutar quando falam connosco, olhando e dando-lhe atenção.
O nosso pediatra desde cedo que nos diz para sermos descritivos com a pipoca: descrever o que estamos a fazer, identificando ações e objetos, fazendo perguntas e incentivando a resposta. Cantar também é benéfico (pode ser enquanto ouvem música juntos para haver uma melhor associação) – posso dizer que a pipoca trauteia imensas músicas, havendo ali alguns favoritos em que ela participa mais até.
Devemos falar claramente, pronunciando bem as palavras, e estendê-las pode ajudar a que as percebam melhor.
Ler é uma excelente forma de dar a conhecer novas palavras, enquanto contamos histórias. Se estiver habituado aos livros, mais tarde vai escolher quais os livros que quer ver / ler.
Lembrem-se de ir sempre falando com os vossos pequenos, porque só assim têm bases para depois poderem verbalizar 🙂
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