No passado dia 9, depois de longos meses à espera (mais de um ano, na verdade), tive uma cirurgia que me virá trazer mais qualidade de vida.
Já tinha falado disto aqui, e, depois desta primeira situação, passei a ser levada a sério pela minha médica de família, que me encaminhou para o Hospital Pedro Hispano, em Maio de 2021.
Correndo até outubro deste ano, finalmente saiu a data da cirurgia e no dia 9, quarta-feira, lá fui eu. Mas não foi fácil…
Todo o processo de preparação para a cirurgia foi confuso: recebi a convocatória para a consulta de anestesia, no dia 3/11, mas não recebi nada sobre as análises que teria que fazer. Nada no portal do SNS (a consulta estava lá, assim como a data prevista para a cirurgia), por isso, liguei para o hospital.
Duas chamadas e mais de uma hora à espera que me atendessem lá consegui que me indicassem que tinha análises e exames no dia anterior. Não custava ter tudo no portal, pois não? 👀
No dia 2, fui fazer as análises, seguindo as instruções que me deram ao telefone, incluindo “não venha com muita antecedência”. Cheguei 25 minutos antes porque era a hora a que o autocarro chegava, e ainda bem que o fiz, porque estive 45 minutos à espera que chegasse a minha vez só para dar entrada (tinha cerca de 50 pessoas à minha frente só naquela fila de senhas 😬). Cerca de 1h depois, e de apanhar uma pessoa que já estava cansada de trabalhar e se limitou a espetar a agulha para procurar a veia depois, segui para o ECG, que foi rápido, e fiquei despachada.
No dia seguinte, fui à consulta de anestesia, e fui muito bem atendida pela Dra Marta Martins, que me explicou melhor a cirurgia e as opções de anestesia. Depois disto, só tive o teste covid dois dias antes da cirurgia – com direito a mais uma fila de quase uma hora para a receção, porque não dá para marcar a entrada nas máquinas – para uma coisa de 5 segundos… Mas o importante é que ficou feito 😏
As únicas indicações que tinha para dia 9 eram chegar pelas 15h45, com 6h de jejum. Assim o fiz… Para lá ficar mais de 2h à espera até ser chamada para me ir preparar para a operação. (Tinha tanta fome que estava prestes a cair para o lado quando me chamaram.) 😬 O meu marido teve uma paciência enorme e ficou comigo o tempo todo e, enquanto fui operada, deu uma volta pelo Norte shopping, jantou, e voltou ao hospital.
A partir do momento em que entrei, toda a gente foi impecável. Tive uma equipa completamente feminina a cuidar de mim, o que me deixou muito feliz e mais à vontade. 💪😀
Foi uma hemorroidectomia parcial (removeram 2 dos 5 abcessos, os 2 maiores) a laser, com anestesia geral. Correu sem complicações e por volta das 23h30 tive alta e regressei a casa, com todas as indicações passadas e medicação para me ajudar nestes dias.
Recuperar
Agora, a palavra do dia é Recuperar.
Com calma, muita calma e muita paciência. Esta recuperação é lenta e chata, pelo menos nestes primeiros dias, mas notam-se diferenças de uns dias para os outros. Dói muito, mesmo, e há coisas básicas difíceis de fazer, como rir ou tossir. Imaginem as dores a evacuar… Mas acredito que seja parte do processo.
Estou a fazer a medicação mais normal – paracetamol e ibuprofeno – e tenho outra para SOS, à qual já recorri um par de vezes, e estou também a ter uma ajuda do Laevolac. Para já, estive de baixa – e tenho-a por mais uns dias – mas estou confiante de que conseguirei voltar ao trabalho, em remoto.
Tendo em conta que não consigo estar muito tempo na mesma posição e que também não consigo mexer com muita facilidade ainda, remoto é a opção para o caso de já conseguir trabalhar, sem ter que sair de casa. É ainda muito importante que respeite os horários do meu corpo e que tenha uma higiene muito cuidada para não ter infecções, algo que não será possível fora de casa.
Depois desta fase, sei que vou ter consulta em meados de Dezembro e espero que até lá nada se passe. 😊
Para quem está desse lado
Se alguém desse lado estiver em sofrimento por causa disto, aconselho-vos vivamente a irem a um médico. O meu caso foi chato porque deixei que piorasse imenso, entre estar grávida duas vezes e ter dois partos e duas licenças, a pôr as minhas necessidades básicas em 10° lugar…
Já não havia retrocesso, no meu caso: em crise, tenho que tomar Daflon 1000 três vezes ao dia, acompanhado por ibuprofeno, senão não chegava para aliviar. As pomadas e os banhos pouco ajudavam já…
Portanto, ide ao médico. 🙂
One thought on “Crónica de uma cirurgia há muito aguardada”