Somos pais “mais ou menos” e está tudo bem

Há uns dias, participei numa dinâmica de grupo com pais de crianças pequenas e falámos um pouco sobre as comparações entre pais e entre filhos.

Há coisas tão inevitáveis como nós acharmos os nossos filhos os melhores do mundo e, ao mesmo tempo, sentirmos uma incompetência abismal para os educarmos e cuidarmos quando alguém saca de uma informação nova para nós. Pelo menos nos primeiros tempos do primeiro filho, é muito provável que isto aconteça – depois começamos a ganhar filtros, a perceber quem nos norteia e a coisa vai ao sítio.

Photo by Karolina Grabowska on Pexels.com

Aqui há uma coisa que acho que joga imenso com as nossas perceções, se não tivemos alguma distância (mental) ao que ingerimos: as redes sociais. Ora vemos o lindo e perfeito, os super-pais que fazem e acontecem e tudo é maravilhoso; ora vemos o terrível, os pesadelos de tudo o que a nossa vida poderia ser, e que avisarem-nos dessas coisas é, no mínimo, a missão de vida de algumas pessoas.

Mas é coisa que nos vai acompanhando: afinal onde está o “normal”? Será que, por não teremos noites terríveis nem birras de nos tirarem a última gota de paciência no meio de um supermercado cheio de gente somos acima do normal e somos super-pais? Ou será que, por perdermos a paciência 15 vezes no mesmo dia somos, na verdade, os piores pais do mundo?

Do meu prisma – e vale o que vale – acabamos por ser “pais mais ou menos”. Nem somos super pais que andam de capa posta pelo mundo fora a salvar todas as criancinhas que precisam de parentalidade mega positiva e assertiva, nem somos o pesadelo da parentalidade (vamo-nos esquecer, por um minuto que coisas destas acontecem).

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A verdade cai muito aqui: nem é tudo, nem é nada. Na grande maioria dos leitores, estamos no geral da população que tanto tem dias ótimos com os filhos, como tem momentos de os visualizar (mentalmente) a voar janela fora. Está ótimo assim.

Sobretudo, que esteja ótimo sem nos rotularmos. Eu andei rodeada de pais com rótulos entre os amigos e familiares: os mindfulness, os completamente Montessori, os ambientalistas, os completamente liberais, os tudo e mais alguma coisa. Identifiquei-me na totalidade com zero e parcialmente com alguns. No fundo, eu sou eu e educo as minhas filhas da forma que encontro melhor – e acreditem que há muita tentativa e erro e que tenho que me dar chapadas muitas vezes porque agi como não queria, ou porque fiz o oposto do que seria mais adequado ou até porque algo era tão óbvio e eu não o vi. Mas sou eu, e aprendo com isso.

E aprendi a aceitar e a lidar com dias melhores e piores. Considero importante encontrarmos este ponto de aceitação connosco mesmos.

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