Mamã, dá licença?

Escrevo-vos com uma mão a segurar a bomba extratora e a outra com o telemóvel.

Amamentação. Uma das duas coisas que mais me custou da maternidade (da primeira vez) e já há algumas semanas que andava a pensar “agora vou ter que passar por isto outra vez”. Uma parte boa de ser mãe pela segunda vez é já sabermos pelo menos alguns dos caminhos por onde podemos andar.

Da primeira vez, sofri por me achar incompetente, por não produzir algum leite decente apesar de tentar de tudo e, sobretudo, culpada por odiar cada mamada. Senti-me a falhar à minha filha, o que ainda superava a dor física dos mamilos gretados.

Desta vez já ia a contar sair do hospital e ir comprar leite para lhe dar, porque já tinha visto o filme de não ter leite e, apesar de dar o pouco que tivesse, sabia que não ia chegar.

E claro, tenho pouco – ainda por cima a rapariga é de sustento – mas pior foi ao segundo dia já estar a agoniar a cada mamada. Tinha que morder a camisola para aguentar as dores de cada vez que punha a minha filha a mamar. Por isso, sim, pedi o suplemento quando a hora chegou, para poder descansar o meu corpo. Porém argumentar que devia insistir, que ainda por cima é importante para a relação mãe / filha, mas nada disso supera o bom senso de uma decisão dessas.

E sentia as mamas mais cheias do que quando amamentei a pipoca número 1, mas traduz-se na mesma em pouco leite.

Ainda no hospital, utilizei os mamilos de silicone que me ajudaram bastante, mas têm o revés de enviar imenso ar para a barriguinha da pequenota. E vimos que estava a fazer-lhe pior, por isso mal viemos embora não voltei a usar. Estão já guardadinhos na caixa das coisas de que já não preciso 😉

Amanhã temos consulta no centro de saúde e estou curiosa para ver os dados da pipoca. 😎