Duas experiências totalmente diferentes

Durante esta gravidez ouvi constantemente que o segundo parto é mais fácil do que o primeiro, que se o outro foi rápido este seria igual… Tudo muito positivo.

Acontece que eu não vivo com só na imaginação, então especialmente quando me começou a custar muito mais estar grávida desta vez, vi logo que o parto também poderia não passar por uma experiência semelhante à que tive da primeira vez.

A minha primeira gravidez foi praticamente toda vivida em estado de graça. Houve problemas familiares pelo caminho, mas fora isso tudo jóia e adorei estar grávida. Desta vez, senti-me desligada da criança que aí vinha e até mesmo a desejar que tudo se desenrolasse mais depressa possível. Passei meses a sentir-me cansada e insuportável para comigo mesma. Não gostava da minha barriga, sentia-me exausta e com dores corporais o tempo todo, sentia que estava a falhar à minha filha porque não tinha paciência para a acompanhar… Se pudesse, teria passado estes dias da baixa na cama o dia todo.

Tinha a remota esperança de que o parto fosse pelo menos como me diziam: semelhante ao primeiro. Mas logo vi que não teria a mesma experiência.

Às 37 semanas, na consulta, a Pipoca continuava muito subida e eu sem dilatação. Mantivemos a nossa aposta em como nasceria neste fim-de-semana, com a mudança da lua e tal. Mais chato seria ir até às 40 semanas e ter que o induzir… Mas lá seguimos convictos de que teríamos mais uns dias.

Numa parte nada bela da coisa, estava com uma crise de hemorróidas desde a semana anterior que me convinha curar antes do parto. Sim, é feio, mas é coisa que acontece e um parto normal ainda pior para esses casos.

Eis que no domingo, dia 12/05, passo o dia indisposta. Nem o habitual banho de imersão me ajudou. Só vos consigo dizer que me sentia sem posição para estar e com uma moideira nos rins. Cheguei a pensar “ainda vamos ter que ir ao hospital”, mas depois lembrei-me dos dados da consulta e achei que ia ser uma ida ao hospital para me dizerem que ainda não estava na hora e seria moléstia para nada.

Só sei que desta vez me rebentaram as águas inequivocamente, ao contrário da primeira vez, e lá fomos nós para o hospital.

Já lá, com 3 cms de dilatação, ela continuava subida. Já ligada “às máquinas” (ao CTG) as minhas contrações eram fortes e cada vez mais próximas, pelo que a monitorização foi apertada. Foi durante a administração da epidural que o meu obstetra nos alertou para taquicardias da bebé, que podiam ser sinal de um cordão à volta do pescoço. Com a situação a manter-se, decidimos ir para a cesariana.

Resumindo e concluindo… 

Ainda bem que fui novamente para o hospital privado. Num público sabe-se lá o que iriam decidir, só sei que iria passar várias horas ali, à espera, pelo menos… Prometo que depois farei um devido agradecimento ao hospital Lusíadas Porto e outro com as novidades que formos tendo sobre as análises ao CMV da pipoca❤️

Nunca tinha tido uma operação a vida toda. Nem um dente tinha tirado. Confesso que tive medo durante o processo todo que algo corresse mal. O caminho para o bloco parecia não acabar e a cesariana em si quis-me parecer que demorou horas. Depois comecei a pensar em como seria o pós-parto.

Em muito pouco tempo, passava de embevecida a olhar para a nova pipoca, a completamente depressiva porque ia voltar a casa ainda cheia de dores e praticamente inválida, com uma filha de nem 2 anos… Sem posição para estar, tive muitas horas em branco para estas emoções.

A recuperação mais imediata 

Na segunda já vou tirar os pontos, pelo que já devo ficar mais aliviada relativamente à recuperação. Já não tenho tantas dores como no início da semana e já recuperei bastante mobilidade. Mas sei que foi algo bem invasivo e que a recuperação completa demorará meses.

Entretanto vou usando a faixa aos poucos para ajudar os órgãos a ir ao sítio nestes dias.

Coisas curiosas desta vida

Lembram-se do último post antes da pipoca nascer? Pois bem, afinal desta vez quis ser a primeira a saber e foi a primeira visita no hospital. Creio que se apercebeu (ou não, não lhe perguntei) do estado em que fiquei após a última interação… Mas nunca fiando 😜 Foi a primeira pessoa a ir ver a pipoca, já a visitou mais um par de vezes e não voltou a falar daquela maneira para mim, até ver.

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