Há cerca de um mês, recebemos a convocatória para o Rastreio de Saúde Visual Infantil (RSVI) gratuito das duas pipocas. Este rastreio tem por objetivo identificar todas as crianças com alterações oftalmológicas capazes de provocar problemas de visão.

Num primeiro momento, são chamadas ao rastreio todas as crianças inscritas nas unidades de saúde dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACeS) / Unidades Locais de Saúde (ULS), no semestre em que completam dois anos de idade. Não são incluídas as crianças que já estejam a ser acompanhadas em consulta hospital de oftalmologia.
Podem ser chamadas novamente no semestre em que completem quatro anos de idade, todas as crianças que não tenham feito o rastreio aos 2 anos, que tenham tido rastreio negativo aos 2 anos de idade ou que, tendo tido um rastreio positivo aos 2 anos, a causa de ambliopia não se tenha confirmado no exame realizado pelo oftalmologista.
O rastreio é muito simples e, em primeira instância, é realizado nas Unidades de Saúde dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACeS)/Unidades Locais de Saúde (ULS) – haverá uma unidade definida no vosso concelho que organizará isto e lá, será um enfermeiro ou técnico de diagnóstico e terapêutica a fazer o rastreio. O exame é analisado por um Oftalmogista e depois vocês recebem o resultado em casa.
Caso seja necessário, encaminham para a Oftalmologia no hospital da área da unidade de saúde em que estão inscritos.

Posto isto, como aos 2 anos da Pipoca mais velha não fomos ao rastreio, porque já tínhamos ido ao oftalmologista, não sabia bem como iria ser este exame. Na minha cabeça, seria algo mais extenso, com observação no local e talvez algumas perguntas, mas na verdade acho que nem 30 segundos demorou.
É tão simples como tirar uma fotografia aos olhos: segundo me explicaram, pela foto que tiram conseguem identificar erros refrativos e outras alterações com potencial ambliogénico. Ou seja, conseguem perceber se há alguma alteração nos olhos que indique que tem problemas de visão ou alguma patologia. Havendo uma identificação precoce das situações, temos mais tempo para atuar – dando muitas vezes para corrigir esses problemas.
O rastreio poderá ter 4 possíveis resultados:
- “Negativo” (sem alterações);
- “Positivo” (com alterações a necessitarem de observação oftalmológica, sendo encaminhados para consulta no hospital)
- “Não classificável” (exame de má qualidade ou inadequado devendo ser repetido)
- “Não mensurável” (exame em que o equipamento não obtenha valores da medição da refração, apesar da criança ser colaborante, facto assinalado pelo técnico executor do exame; nesta situação, a criança é encaminhada para observação em consulta hospitalar, para esclarecimento das razões impeditivas da medição no rastreio).
Nota: As crianças observadas em consulta de oftalmologia a quem foi prescrito tratamento (óculos e/ou oclusão) terão alta definitiva do programa rastreio. As que forem seguidas pelo oftalmologista, mas não tiverem tratamento no semestre do seu 4º aniversário, serão chamadas para o rastreio.
Cmo dizia acima, como nunca fizemos este rastreio, não tinha a noção da simplicidade. Posso dizer-vos que desde que saímos do carro no parque de estacionamento até voltarmos demorei 6 minutos. E fui com as duas miúdas! Demorei mais a dizer os nomes delas do que a tirar a tal fotografia.
Espero que o resultado realmente seja fiável – mas talvez daqui a uns tempos invista novamente numa ida ao oftalmologista só para confirmar. Não sei se, a irmos, marcarei no mesmo a que fomos da primeira vez, porque achei que fomos muito mal atendidos. Algum de vós já foi ao rastreio e necessitou de acompanhamento com o Oftalmologista? Têm algum oftalmologista (privado) que queiram referenciar? 😉