Sugestões aos Lusíadas Porto e à CUF Porto

Ontem passei o dia entre hospitais, com as consultas das Pipocas.

De manhã, a Pipoca mais nova foi fazer a ecografia transfontanelar recomendada pelo pediatra – o último despiste da infeção pelo citomegalovirus. Para leigos, é uma ecografia à cabeça para ver se não há problemas no cérebro. É feita como qualquer ecografia: gel na cabeça e sonda a mostrar como está a cabecinha 🙂

A Pipoca ganhou um penteado novo mas valeu a pena, porque está tudo bem e nós ficámos descansados. 😊 Aproveito para recomendar a Dra. Conceição Guerra, que nos atendeu e nos foi dando logo a informação que tudo estaria bem.

Já de tarde, fomos à CUF com a Pipoca mais velha para a primeira consulta com o oftalmologista. Foi apenas a primeira rotina e está tudo bem. Por isso, a correr assim, só voltaremos daqui a uns anos 🙂

Sobre a consulta, posso dizer que fomos atendidos pelo Dr. Augusto Magalhães e que, para o que estamos habituados, o achamos bastante lacónico. Se calhar estava cansado ou a ter um mau dia, mas vai daí que nós também. Dou-vos mais detalhes adiante*.

A primeira parte da consulta demorou uns 5 minutos ou menos e só nos perguntou se tínhamos pressa. Pensámos que fosse por querer fazer algum exame ou por parecermos meio aflitos (com duas miúdas pequenas, quem nunca?) e dissemos que não. Então disse-nos para sairmos que já nos chamariam novamente, mas não nos explicou porquê nem o que ia ser feito.

Faço já o aviso à navegação: se vos perguntarem isto, contem com 1h30 à espera para voltarem a ser vistos, vale? Que desespero.

Lá saímos da sala e veio uma enfermeira ter connosco e disse que ia pôr um colírio à Pipoca de 10 em 10 minutos, 3 vezes, e depois iríamos esperar mais 40 para sermos vistos. Se eu não perguntasse que medicamento era aquele e para que servia, nem nos diriam. É um colírio que obriga a pupila a dilatar para no exame se ver melhor o fundo. Creio que não custava ter informado sobre isto, assim como não custava ter dito que o “não ter pressa” seria sinónimo de manter duas crianças pequenas à espera quase 1h30.

Podem achar que estou a fazer mal as contas: 10 minutos x 3 = 30 minutos + 40 minutos = 70 minutos, logo 1h10. Mas logo no primeiro intervalo a enfermeira demorou o dobro. Não digo que a culpa seja totalmente dela porque deve ter mais que fazer, mas tanto demorou 20 minutos no primeiro intervalo como, na segunda vez, já nem se lembrava se lhe faltava fazer a terceira aplicação. É daquelas coisas que me inspira mesmo muita confiança.

Voltámos a entrar, a Pipoca já estourada e a berrar por tudo quanto é poro, e o médico a falar baixinho. Porque… sei lá, porquê. Com a paciência moída, só me apraz dizer que pode ser muito bom oftalmologista e não tenho como dizer o contrário, mas jeito para crianças é zero. Podia ter sido uma consulta muito mais fácil, vos digo.

Vos digo que se não tivesse sido por recomendação do pediatra nunca mais ia a este serviço. (E porque no consultório onde ele atende em Gaia não tem acordos com nenhum seguro. Porreiro, pá.)

 

À CUF Porto

Nunca tinha ido à CUF e, honestamente, não sei se quero lá voltar. Podemos ter tido azar com o dia, mas resumo a experiência numa palavra: caos.

Primeiro, o sistema de acolhimento automático é parvo e redundante. Expliquem-me como se fosse muito burra por que razão há a hipótese de fazer essa receção numa máquina, com o cartão de cidadão, se a única coisa que recebemos é uma senha com o número como se não tivéssemos dado qualquer identificação? É parvo.

Mais parvo ainda é ter que andar de receção em receção (e vá que só tinham duas).

Vocês já devem ter percebido que, por esta altura, tudo me irrita, por isso até a arquitetura do hospital me chateia. Ecoa que se farta, não tem áreas distintas, por isso está toda a gente ao molho no mesmo sítio.

Por isso, imaginem o seguinte cenário: o sistema de senhas avaria e não têm nenhum de salvaguarda. Então, começam funcionários de todo o lado a berrar números e nomes sem ordem (porque o mesmo número serve para a receção e para depois todas as restantes chamadas). Juntem a isso várias crianças pequenas a chorar num fosso de metal e vidro, com 6 andares de altura. Metam também ao barulho os adultos a falar (ainda que baixo). E zero informação aos utentes.

Maravilhoso, não é?

Isto teria sido muito menos caótico se o tal sistema de acolhimento automático procurasse logo pelo cartão de cidadão inserido e desse entrada para as marcações dessa pessoa. Eliminava-se logo uma série de passos desnecessários e de esperas para irmos a um balcão para nos dizerem em 30 segundos “Pode aguardar”.

Fica a dica, caros senhores.

 

Aos Lusíadas Porto

A minha sugestão aos Lusíadas Porto é a mesma desde 2017, quando comecei a frequentar a Pediatria: dos serviços todos que já utilizei no hospital, é de longe o que tem pior experiência.

Em primeiro lugar, estamos a falar de crianças. Crianças que não vão sozinhas ao médico, por isso, a cada paciente estamos a falar de, pelo menos, duas pessoas (a criança e um acompanhante). Se forem pequenos, acrescentem o carrinho de bebé. Agora, acham que há espaço naquela zona?

A receção está virada para o lado das urgências, apesar de ter um lugar virado para a sala de espera das consultas com marcação. O lado das urgências não tem espaço para ir alguém fazer o check-in e levar o carrinho – nem espaço para fazer fila tem -, ainda por cima num sítio que nem senhas tem, por isso é o salve-se quem puder. Deve ser suposto eu deixar a minha filha de 2 meses sozinha no carrinho do outro lado enquanto espero na fila 5, 10, 15 minutos ou o tempo mais que for necessário.

Esta área seria perfeita para terem um sistema de acolhimento automático (e senhas, já agora). Assim, só quem precisasse de ir à receção é que iria… com uma senha numerada. Vá lá, isto não pode ser assim tão complicado. Até o meu centro de saúde tem disto!

Vocês não imaginam quantas vezes eu dou entrada na consulta como atrasada porque passei 15 ou 20 minutos na fila só para me atenderem 30 segundos com um “Pode aguardar”. Não imaginam o que isto me tira do sério!

Posto isto, se a CUF ou os Lusíadas quiserem ajuda ou sugestões, podem falar comigo à vontade. Respiro usabilidade e acessibilidade, adoro trabalhar em desenho e melhoria de processos, por isso será um gosto.

 

 

* Detalhes do nosso mau dia: andámos há 3 dias a limpar água suja (sim, com tudo o que estão a pensar) da nossa casa de banho por causa de um problema de canalização. Mas vá, o picheleiro vem cá hoje.

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