5 dicas para o regresso ao trabalho após a licença de maternidade

Olá,

Quem é mãe e está a trabalhar vive com este pensamento: voltar ao trabalho depois de passar vários meses com a sua cria 24/7 vai ser de partir o coração.

Com o regresso ao trabalho surgem-nos imensas questões.

  • As mães que estão a amamentar questionam-se se conseguirão gerir a amamentação com os horários do emprego.
  • Perguntamo-nos se vamos ter um regresso à normalidade pré-mamã ou se seremos capazes de voltar ao ritmo de trabalho que tínhamos.
  • Uma constante que fica é “será que a cria vai sentir minha a falta?”.
  • E sobre quem ficará com a criança: infantário? Avós? Ama privada?

Uma coisa é certa: mães e filhos sobrevivem a estas mudanças. Ficam aqui algumas dicas para que seja uma transição suave 😉

1. A preparação para o regresso ao trabalho começa ainda na gravidez.

Diria até que mesmo antes da gravidez devemos ter a ideia de como a nossa empresa é e de como a nossa equipa funciona. Ao estarmos cientes desses mecanismos, conseguimos prever o que será necessário na nossa ausência e também ter uma expetativa mais realista sobre como estarão os nossos projetos quando regressarmos.

Há situações que, durante a gravidez, podemos prever, como irão ser os dias em termos de horários e deslocações e desde cedo criarmos disciplinas. Quando já somos disciplinados, temos mais facilidade na adaptação às mudanças de rotina. Coisas simples como pensar qual será o melhor caminho entre a casa, o trabalho e o infantário, e quanto tempo levamos a percorrê-lo, ajudam-nos a minimizar o impacto do retorno.

Uma das escolhas mais importantes é onde deixar a criança. Para quem não tem familiares com disponibilidade para cuidar do bebé, como eu, o infantário é uma ótima opção. Há quem ainda consiga ou prefira contratar uma ama privada, mas os custos são por norma superiores ao de um infantário e não tem a vantagem da socialização com outras crianças.

O que devemos ter em mente é que escolher um infantário deve ser feito ainda na gravidez. Muitos fecham as inscrições cedo, porque não têm vagas; outros só têm inscrições em alturas que para nós não nos são práticas; etc. À medida que vamos vendo as opções, vamos ficando com a noção do esforço que teremos que fazer quando a criança o frequentar. Quando começamos a deixar os pequenos no infantário, sentimos que parte de nós também lá fica e que queremos ligar de hora a hora para saber como está a nossa cria. No entanto, é importante perceber que os pequenotes nos dão dicas sobre como estão. Por exemplo, todos os dias, quando deixo a minha filhota, ela fica satisfeita e até se manda para os braços das auxiliares. Quando a vou buscar, está bem e feliz.

Vamos deixando de estar

2. A amamentação continua a ser possível

Para quem está a amamentar, é natural que os horários do trabalho não sejam os mesmos da amamentação. Afinal, se o corpo estiver habituado a dar leite a cada 3 ou 4 horas, no emprego vamos ter um intervalo maior para gerir. Podem começar antes do regresso a tirar leite com uma bomba para se habituarem – nem com todas funciona perfeitamente, mas é a opção mais viável. Assim, no intervalo do trabalho, pode tentar tirar leite para dar mais tarde ao filhote, em vez de o deixar na mama.

Devem só ter em mente que o devem fazer em condições adequadas de higiene e assepsia, tendo muito cuidado com a validade do leite. Sob refrigeração, o leite materno tem validade de 24 horas, e congelado quatro a cinco dias.

Antes e depois do trabalho, podem amamentar diretamente, quando estiverem com os filhotes.

 

3. Aproveitem os momentos em que estão com os pequenos

A partir do momento em que voltamos ao trabalho que vamos passar menos tempo com os nossos pequenotes. Quanto a isso não há volta a dar. Mas em vez de nos sentirmos mal por isso, devemos aproveitar da melhor forma o tempo que nos sobra com eles.

Escrevi já algumas dicas sobre como aproveitar melhor o tempo para que seja mesmo “quality time”. 🙂 Há que brincar, mimar, conversar e saber aproveitar esse tempo de forma feliz e cheio de amor.

Podemos não estar presentes em 100% do tempo deles, mas somos pais a 100% na mesma – quando estamos com eles, temos que estar a 100% 🙂

 

4. A nossa aparência conta

Sim, mesmo para quem é uma desleixada de primeira como eu, cuja rotina era sair da cama já a fazer o rabo de cavalo, enfiar-me em quaisquer jeans e camisola e sair de casa, é importante.

Não digo para criarem uma rotina de beleza – não direi para fazerem se eu não o faço 🙂 – mas dêem-se tempo a vós mesmas para se sentirem bem. Após meses em que não conseguimos muitas vezes sequer tomar banho quando precisamos, eis que chega a altura em que temos que dizer que temos mesmo que cuidar um pouco de nós.

Vistam-se como gostam, cortem o cabelo, experimentem um creme novo… vocês saberão o que melhor vos assenta. No meu caso, a roupa é a mesma, mas como ando com o cabelo todo encrispado desde que comecei a amamentar (quando parei melhorou, mas não significativamente), passa por perder mais uns minutos de vez em quando para tratar do cabelo com uma máscara e o óleo hidratantes. E sim, também comprei um creme para os olhos – quem me conhecer vai duvidar, mas é verdade! Precisava, e comprei.

O meu próximo passo é conseguir ir correr uma vez por semana. Mas podia ser outra coisa. Não se prendam na rotina do “não posso tratar de mim” nem se sintam culpadas por cuidarem de vocês. O objetivo não é ter a mesma maquilhagem das Kardashians nem os abdominais da Carolina Patrocínio. É sentirem-se melhor.

 

5. Sejam positivas!

O primeiro grande passo é evitar sentir culpa ou tristeza nesta fase. Eu confesso, estava doida, radiante, ansiosa por voltar ao trabalho e ter algo mais que fazer para além de cuidar da minha filha. Cheguei a sentir-me mal por contar os dias até ao regresso, mas percebi que fazia parte do meu equilíbrio.

Portanto, quer sejam como eu, quer estejam no extremo oposto, mantenham-se positivas e transmitam essas boas energias às vossas crias. Vamos ter dias difíceis, claro, mas vamos ver que por eles somos capazes de ultrapassar essas tristezas. Quando nos sentirmos pior, há que pedir ajuda a amigos ou familiares (eles não adivinham; nós temos mesmo que pedir. E não levam a mal que peçamos!).

No regresso, ajuda termos logo uma reunião com a nossa chefia para organizarmos a casa e termos as expetativas niveladas para ambos. O início pode ser complicado, mas com o tempo tudo entra na normalidade.

 

Regressar ao trabalho e conseguir um bom equilíbrio entre a maternidade e a vida profissional poderá ajudar-nos a ter confiança no dia-a-dia e a servir de exemplo para os nossos filhos quando forem maiores.

Espero que estas dicas vos ajudem, da mesma forma que me ajudaram 🙂

 

~a

 

Foto: Pexels.com

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