Olá,
Antes de mais, quero deixar claro que fugi do título “4 desculpas para não brincarmos com os nossos filhos” porque compreendo que não sejam propriamente desculpas, mas antes justificações que encontramos para isto.
São 4 formas que usamos para nos esquivarmos a horas de plena brincadeira e participação ativa no desenvolvimentos dos nossos filhos. Usamos e muitas vezes nem nos apercebemos, por isso, antes de mais vamos pôr as culpas de lado e vamos ser positivos! 🙂
Vamos ver esses 4 pontos e vamos aprender a vencê-los. É muito fácil!
1. Falta de informação sobre a importância e os benefícios da brincadeira:
“Por que é que brincar é tão importante?”
Brincar é das atividades mais importantes desde o nascimento – para eles e para nós! A opinião é unânime: sejam os próprios pediatras a aconselhar ou outros especialistas em desenvolvimento infantil, a hora de brincar é fundamental para o desenvolvimento das crianças desde o nascimento.
Brincar permite descobrir e experimentar o mundo, que é completamente novo para as crianças. Permite desenvolver aptidões motoras, cognitivas, emocionais e ainda sociais. Podemos estimular a sua criatividade, habilidades para resolução de problemas, encontrar soluções fora da caixa, e até mesmo competências mais sociais e emocionais que podem ir desde aprender a lidar com outras pessoas até ultrapassar frustrações.
Todas estas competências – imensas, certo? – podem ser aprendidas e desenvolvidas em brincadeiras. São depois competências importantíssimas para a vida!
2. Não sabemos que brincadeiras fazer:
Quantos de nós dizem que não conhecem brincadeiras para fazer com os nossos filhos? Vá, sem medos, assumam – ninguém vos vai julgar nem são maus pais por isso!
E porquê? Se calhar brincámos pouco na infância, ou já não nos lembrámos do que era brincar. A verdade é que, se puxarmos pela cabeça, de certeza que nos vamos lembrar de um jogo qualquer que fazíamos em miúdos, certo?
Para além disso, o que não falta agora é variedade! Há imensas ideias online, há imensos materiais à nossa volta e conhecemos sempre alguém que nos poderá ajudar nisso – os nossos pais, irmãos, amigos, colegas de trabalho, etc.
Assim, vamos ultrapassar este obstáculo e vamos fazer qualquer coisa! Não precisamos de inventar a roda sequer. Exemplos? Cá vão alguns, mais para a idade até à da minha pequena (8/9 meses):
Primeiros meses:
- Para os recém-nascidos, podemos utilizar objetos com grande contraste de cor (idealmente preto e branco):
(imagem: CanDo Kiddo)
- Tummy time (podem ver aqui o que escrevi sobre isto).
- Fazer vozes – é algo que lhes estimula a audição e ao mesmo tempo a perceção dos tons sonoros.
- Abanar algo que faça barulho – tal como a ideia acima, é simples de concretizar. Podem utilizar algo com um guizo ou até um papel amarrotado ou uma saca bem amarrada numa bola. É só irem mexendo e fazendo barulho de um lado para o outro enquanto o bebé segue com os olhos e procura a fonte do barulho.
- Podem, quando o bebé já tiver melhor controlo da cabeça, ir treinando a posição de sentado, que lhes dará também mais autonomia e curiosidade!
- Ginásio para bebés: arranjem um que dê para pendurar coisas a 180º para que os pequenotes não fiquem sempre com a cabeça na mesma posição.
- A qualquer altura, podem – e devem – começar a ler para eles. Mostrem-lhes os livros, as gravuras e relacionem a história com a entoação da leitura.
Já se senta? Aqui ficam mais ideias:
- Caixa sensorial: o objetivo é pôr o bebé em contacto com várias texturas e tipos de objetos (vários tamanho, cores, etc). Podem também fazer com garrafas de água pequenas, cheias de objetos como botões, areia, arroz, etc., para verem diferentes cores e formas e mexerem com as garrafas para fazer barulho.
- O espelho: a minha filha adora brincar com “a bebé do espelho” e “os papás do espelho”.
- Mostrar sons e música (e dançar, claro!)
- Mexer braços e pernas fazendo barulhos
- Palminhas
- Saco das cores: arranjem sacos ziplock e algumas tintas alimentares ou, à falta disso, guaches coloridos. Ponham alguma cor nos sacos, fechem-no bem (com fita-cola se necessário) e deixem o bebé explorar as cores que se misturam.
- Se tiverem animais de estimação, podem desde cedo começar a mostrar-lhe os amiguinhos novos e como os abordar.
3. Falta de tempo:
Normalmente, quem diz que lhe falta tempo para o que quer que seja, na verdade tem mais tempo do que quem tem uma agenda recheada. Isto porque quem tem a agenda cheia e sabe organizar o tempo, consegue reorganizar as suas prioridades. Isto inclui, claro, ter sempre uns minutos para brincar.
Não é preciso inventar a roda aqui, nem tirarmos horas ao dia para isto. Pode ser 5 minutos antes do banho ou depois do jantar, no caminho da/para a escola, em qualquer lado!
O importante é deixar de ver a brincadeira como uma obrigação para passar a ser algo normal. Porque é algo normal e necessário para ambas as partes.
4. Falta de vontade para brincar:
Este está muito relacionado com o ponto anterior, mas mais ligado com o cansaço que por vezes sentimos ao fim do dia.
Novamente, se deixar de ser uma obrigação, torna-se mais fácil conseguirmos ter ânimo para brincar depois das horas extenuantes de trabalho. Confessem, se fosse para sair para um copo ou ver um filme às tantas íamos a correr, não era?
Pois bem, brincar com os filhos também tem que ser prioritário. Temos que ver as vantagens que nos traz.
Para nós, pais, pode ser bem o momento de relaxamento e de diversão do dia. Escolhemos nós o que vamos fazer e que nos faça rir. Assim, vamos mais motivados!
Se não queremos ser tão ativos nas brincadeiras, podemos observar de perto em vez de termos que participar a 100%. Observar é igualmente importante; aprendemos imenso sobre os pequenotes! Comecem brincadeiras em que possam ficar a incentivar e a observar. Se já for uma criança maior, podemos explicar que estamos cansados para participar, mas que lhes vamos ficar a fazer companhia e ajudar.
O que acham destas ideias? Deixem as vossas opiniões nos comentários e combatam “o sedentarismo da brincadeira”!
Boa Páscoa a todos! 🙂
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