Agora é que são elas!

Chega o dia D, a hora H e o momento pelo qual esperámos pelo menos desde que entrámos no terceiro trimestre da gravidez: o parto.

A criança vem aí, vai sair e, aí sim, é que muda tudo. Mas já lá chegamos. Sem ansiedades, sem stresses demasiados. Vamos com calma.

Passei a gravidez (e os anos anteriores) a ouvir histórias de partos duríssimos e demasiado longos, num sistema que o prolonga bem mais do que é necessário.

Conhecer de perto quem esteve mais de um dia em trabalho de parto, numa insistência inglória para ser parto normal por opção da equipa médica, fez-me ponderar bem onde iria ser seguida.

Como já falei antes, o meu médico seguiu-me nos Lusíadas (Porto), pelo que me informei com ele como se processaria o parto se lá fosse atendida. Plano mental de parto feito, ala da maternidade visitada, fiquei descansada e escolhi ir para lá. Não me arrependo nada, mesmo com o esforço financeiro que foi, porque correu tudo bem e não podia ter pedido melhor.

Mas vamos lá voltar ao dia 9 de julho de 2017.

Às 9h30, pouco depois do meu marido ter saído para trabalhar, sinto uma dor (como uma contração, mas constante) e reparo que me saiu o rolhão da bolsa. Toca a avisar o marido e a ligar para o médico.

O Dr. Gil Marinho estava em Lisboa nesse momento, mas descansou-me completamente: “Vá indo para o hospital com calma, não tenha pressas nem se enerve, que eu vou para o Porto para lhe fazer o parto.”.

Ok, pensei que ia estar horas e horas com a dor em crescendo, por isso nem me preocupei com o fato de ele estar em Lisboa e ainda vir para cima. Afinal, as histórias mais comuns são de horas longas em trabalho de parto antes do momento alto da coisa acontecer.

Tranquila e sempre com a dor constante, arranjei-me (só não me calcei, porque já era difícil com as dores, então com elas ainda mais complicado), arrumei a loiça na cozinha, pus comida e água aos gatos e fui pôr as últimas coisas nas malas para levar (carregadores e coisas de última hora).

Depois disto, já o meu marido estava a caminho de casa, sentei-me na sanita – porque era onde estava mais confortável, e caso a bolsa rebentasse por completo ao menos não tinha que ficar a pensar na poça que deixei no chão 😛

Vamos para o hospital e só a caminho é que me começam a dar dores mais fortes. A outra era forte, mas não era debilitante; já passar em ruas em paralelo eleva a coisa a outro nível.

Chagámos aos Lusíadas por volta das 11h20 e eu fiz questão de ir a pé do carro até à ala da maternidade. De alguma forma, andar aliviava um pouco. Fomos calmamente; quando cheguei já estavam à minha espera (o médico tinha ligado a avisar) e, já no quarto, troquei de roupa para a maravilhosa bata de hospital.

As cintas mediam contrações de 6 em 6 minutos que depressa se tornaram mais frequentes.

Às 13h entra a anestesista (tenho muita pena de não me recordar do nome dela, porque foi espetacular :)) e lá vem a primeira epidural. “Fraquinha”, disse ela, “dose mínima só para aliviar a dor”. E assim foi. As dores desapareceram em minutos e ficaram só as contrações que já estavam de 2 em 2 minutos. Nisto, eu e o Tiago pusémo-nos a ver a Volta à França enquanto esperávamos. Passou-se uma hora tranquila até a epidural passar – neste momento, a equipa aguardava só a chegada do obstetra para irmos para o bloco e ter mais uma dose de anestesia.

Fomos para o bloco minutos depois (luz verde dada pelo médico que já estava nas imediações do hospital) e às 14h30 lá entra ele com uma aura divina (só eu é que vi esta última parte :P), senta-se à minha frente e diz “agora é para puxar!”.

Eu não sei ao certo quantas vezes puxei, talvez umas 4, o certo é que o parto em si demorou menos de 30 minutos. Às 14h55, estava a pimpolha cá fora. Custou-me mais esperar a saída da placenta e ser suturada do que o parto.

E pronto, depois disto, em talvez 15 ou 20 minutos estava a dar de mamar à minha filha e ia a caminho do quarto.

Não tenho queixas e só espero que, a repetir, seja igual – porque mais rápido e simples é difícil.

 

~a

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