Muitos de nós tinha já viagens marcadas para as próximas semanas, mas sabemos que a possibilidade de se virem a realizar é escassa.
Independentemente do destino, impera o bom-senso do isolamento, e é esse ponto, logo à partida, que nos deve impedir de viajar.
Sabemos também que há países que já fecharam fronteiras ou que as têm, pelo menos, sob grande controlo.
Sabemos o que custou pagar a viagem que queríamos fazer e que já contávamos os dias para as férias. Sabemos que são situações de força maior, que nem nós, nem as empresas a quem comprámos as viagens poderiam controlar. Além do bom senso, há regras impostas por governos diversos e diretrizes partilhadas pelas entidades responsáveis pela Saúde comunitária que temos todos que seguir.
Posto isto, e pensando que cada caso é um caso, a primeira coisa é não panicar. Vamos respirar fundo e ler as condições da viagem para começarmos a ficar mais informados e para tentarmos perceber o que é que pode ser atenuável no custo que tivemos. Comprámos alguma coisa não reembolsável? A companhia aérea já lançou algum comunicado sobre os voos para o nosso destino? Qual a política de alteração da nossa viagem e que alternativas temos?
Depois disto, vamos alinhar os chackras antes de contactar seja quem for. Vamos perceber se o nosso caso é urgente ou não. Vamos viajar na próxima semana? Ou vamos viajar daqui a dois meses? Muitas vezes somos precipitados (ou cautelosos) e vamos logo a correr para a reclamação ou para os canais de apoio quando ainda não há dados concretos sobre a nossa viagem. Alguém que tenha uma viagem marcada para Itália em Abril é um caso completamente diferente de alguém que tenha uma viagem marcada para São Tomé e Príncipe em Agosto.
Garanto que as empresas da área estão assoberbadas, pois, em poucos dias, passaram de um ritmo normal, para o total caos com milhares de contactos aos quais tentam dar vazão. Lembrem-se de que a maioria destas pessoas que está do outro lado trabalha em agências de viagens e em call-centres e, cumprindo com os mínimos requisitos, também deveriam poder fazer algum isolamento. Pensem agora nos espaços que fecham mais cedo por causa do isolamento e que, em menos horas, os funcionários têm que responder aos milhares de emails e chamadas que recebem. E muitos ainda atendem ao balcão, claro.
Toda esta situação foi nova em termos de escala, e acredito que, em breve, termos notícias sobre a gestão das viagens para que saibamos ao que vamos. Temos que ser pacientes e diligentes. Ninguém gosta de ouvir que não vai receber o dinheiro de uma viagem de volta, mas se formos logo a atirar insultos a quem nos atende, não podemos esperar receber rosas em troca.
Temos que nos lembrar que as empresas não têm culpa desta situação e que, com calma, talvez seja possível minimizar o nosso prejuízo. As empresas precisam de tempo para se organizar e para definir como vão proceder em cada caso de cancelamento ou de alteração das vossas viagens.
Não paniquem, informem-se e falem com calma com as empresas a quem compraram as viagens. Assim como vocês as estão a contactar, milhares de outras pessoas também estão. Dêem tempo para que vos respondam. As respostas levam tempo, mas chegarão. Para vos dar uma ideia, tive uma reclamação na TAP que demorou 7 meses a ter resposta. Mas teve e foi resolvida. Entrou no centro de apoio deles e quando conseguiram dar resposta, deram. E como eu, conheço muita gente que esperou e foi atendida. Não era uma coisa urgente e foi numa época normal. Imaginem agora.
Pensem se querem mesmo cancelar tudo ou se preferem remarcar, nem que cubram a diferença do valor, por exemplo. Pensem no que vos motivou a marcar a viagem e sigam com o pensamento de que não a farão agora por um motivo de saúde mundial.
Acima de tudo, não paniquem.