Hoje, trago um tema doloroso, que ainda sofre muito estigma e vive no silêncio de que por ele passa diretamente. Já o abordei aqui por vozes em tom de partilha de testemunhos, e foi também através de uma mensagem de uma colega de faculdade que veio novamente ter ao blogue.
Vamos falar de perda gestacional e da rede de apoio a quem dela, de facto, precisa.
Apresento-vos o Amor Para Além da Lua, um projeto que nasceu a partir da dor de duas amigas, a Renata e a Cláudia, que, à distância e com pouco tempo de diferença, perderam os seus bebés.

Foi da diferença no apoio, da falta de informação de qualidade e dessa dor inigualável que criaram o Amor Para Além da Lua. No site e na página do Facebook poderão encontrar não só apoio – seja na forma de partilha de testemunhos e histórias em que a perda gestacional é o denominador comum -, mas também bastante informação relacionada com o tema.
Conheço amigas (e amigos, porque os pais também sofrem, nem nos vamos pôr aqui com comparações) que passaram por perdas gestacionais e o mais comum a estes casos foi não haver grande explicação para o que aconteceu – referem que lhes dizem “são coisas que acontecem” ou “não temos explicação” ou ainda que “não devem matutar no assunto” – e não haver grande acompanhamento, quer no processo físico, quer no emocional. Infelizmente, sabemos que há mais situações de perda gestacional do que aquelas que conhecemos. Sabemos que há famílias nesse processo semanas ou meses depois de o terem iniciado. E é aqui que o Amor Para Além da Lua entra. Neste vácuo de informação, em que cada mão amiga que chegue decerto será importante.

Convido-vos a seguirem este projeto, com a confiança de que quem está do outro lado tem todo o carinho para vos dar e que será uma ligação real num caminho tão duro e difícil.
Têm não só vários testemunhos na primeira pessoa, como links para artigos que vos podem ajudar e muito conhecimento investido.
