Felicidade: Que palavra bonita. Às vezes, quedo-me a pensar em tudo o que pode mexer com a felicidade de alguém, ou simplesmente com a perceção dessa mesma facilidade.
Tenho em andamento alguns posts sobre temas que podem não ser fáceis, se me detiver a pensar sobre a felicidade de cada um e a imaginar-me no lugar dos outros. Não quero desvendar já tudo, mas um deles será sobre situações em que os nossos corpos nos pregam partidas e a conceção, que parece um direito universal, não é algo que todos consigam desenvolver. Também irei escrever outro sobre situações em que a probabilidade, que normalmente está a nosso favor, inverte o jogo, e nós, pais, nos vemos a fazer o impossível para certa condição dos nossos filhos não a defina.
Mas antes disso, com este pensamento sobre a vida e a felicidade, deixo apenas umas palavras que creio que podem ajudar a ser mais felizes, no dia-a-dia.
A primeira que me ocorre é dar sem pedir de volta. Não estamos tanto a falar de fazer um favor e alguém nos ficar a dever um, mas principalmente de ajudar alguém se depois ir cobrar. Li ontem que os pais da bebé Matilde têm recebido mensagens com pedidos de devolução de doações. (Este casal que, estando a filha na situação em que está, vi ajudar mais gente, disponibilizando dessa verba recolhida.) Isto fez-me pensar na educação que alguns têm em casa e que devem dar à sua prole. Para dizerem que doaram houve posts e stories. Mas agora vão pedir. Oxalá nunca lhes falte pão na mesa.
O que me leva ao segundo ponto: karma. É costume dizer-se “Karma is a bitch” e eu acredito nisso. Não acredito no esotérico ou em forças maiores (tanto que sou ateia), mas sim que nós desenhamos o nosso caminho e que, quando fazemos algo por outrem, um dia vamos receber. Pode não ser na mesma moeda ou forma, nem pela mesma pessoa, mas chegará. Não temos agora que ir esvaziar as nossas contas bancárias para darmos tudo à qualquer um que nos apareça a pedir, mas podemos saber identificar causas que nos sejam mais chegadas e dar o nosso tempo à divulgar, por exemplo.
Em terceiro lugar, fazer pequenas ações que nos deixem felizes faz com que o nosso organismo produza endorfinas, o que melhora o nosso humor. Isto é uma bola de neve: fazemos algo que nos satisfaça, o nosso corpo produz homonas fixes e nós, felizes da vida, continuamos a fazer coisas porreiras, e levamos com mais hormonas, ficamos menos stressados e até sorrimos mais. E assim sucessivamente. Aqui, quando falo em ações, refiro-me a fazer algo como ir à praia, andar de bicicleta, correr, tricotar, ler, desenhar,… O que quer que vos faça sentir bem.
Sendo pai ou mãe, somos o modelo que os nossos filhos seguem. Devemos fazer aquilo que queremos que eles façam, seguir o valores que ensinamos. Se não mostrarmos no dia-a-dia o que nos faz feliz (e a eles também), estamos a deixar a lição incompleta. É difícil para mim levar a sério alguém que não faça aquilo que critica os outros por também não fazer. Por exemplo: é muito giro dizerem aos miúdos que todos somos iguais por dentro, apesar de sermos diferentes por fora, mas que todos somos humanos e temos os mesmos direitos, e depois não convidar o miúdo autista para a festa de anos a que vão todos os miúdos da turma dos filhos. Ou ainda começarem a frase com “não sou homófobo, mas…”. Se têm problemas com outras classes sociais, religiões, deficiências ou o que quer que seja, ao menos admitam. Pode não vos fazer feliz (duvido muito que faça), mas ao menos são mais honestos convosco mesmos. Garanto-vos que, se o forem, os outros todos já vos toparam bem antes de vocês se irem ver ao espelho.
Outra parte boa de uma grande dose de felicidade é – preparem-se, meninas, esta é para nós que somos jeitosas – fazer bem ao corpo. Sim, faz. Uma longa infelicidade e depressão faz com que o nosso organismo se foque no que é necessário para que sobreviva. Por isso, quando se passa por um período de depressão, é normal que pareçamos mais pálidos, de pele menos saudável, unhas mais fracas e cabelo mais fraco. Também podemos engordar com mais facilidade ou perder peso em demasia.
Confesso que, por este momento, já me perdi um pouco sobre o que comecei a escrever. Mas soube bem ir por este caminho. Não é um post sobre como ser feliz ou a receita para a felicidade, mas um deambular por coisas que nos fazem felizes.