Se há uma coisa que tento ter em conta quando ando a devanear pela internet é encontrar atividades interessantes, mas simples, que possa fazer com a minha pequena em casa sem ter que gastar rios de dinheiro.
Antes de mais, vamos já pôr aqui a claro que vos vou sugerir brincadeiras que podem sujar e fazer uma bodega de todo o tamanho. Faz parte disto e eu também não gosto de limpar, mas fazer cagada é parte de aprender a mexer com alguns materiais e se não quiserem mesmo fazer isto em casa, ou convencem os avós a fazer e limpar (boa sorte com isso :P) ou procuram fora de casa, mas não vão estar a participar nisto. A ideia é participarem – é simples, pessoal.
Tomem lá o vosso tempo para me insultarem e depois continuem a ler. Vai valer a pena.
Bebés a partir dos 12 meses
Não vou dividir as atividades por idades específicas, porque tudo depende de onde está a vossa criança. Mas uma coisa é certa: por esta altura, muitos bebés ainda estão a desenvolver o equilíbrio, pelo que atividades que desafiem a gravidade e que ponham em posições menos habituais permitem que eles se tornem mais autónomos a explorar o movimento.
Foto: Tempojunto
Esta é bem simples: deitem-se, ponham o vosso bebé em cima das vossas pernas (podem pôr mesmo os pés deles em cima dos vossos) e levantem-nos com as pernas enquanto lhes seguram nas mãos.
Isto é extremamente simples e divertido para eles, e podem fazer em qualquer altura.
À medida que ganham confiança, podem ir largando as mãos – o treino do equilíbrio é isto mesmo!
Também por esta altura, podem fazer um percurso com almofadas (como as de sofá ou almofadas de dormir de várias durezas) e pôr o bebé a caminhar sobre esse percurso enquanto lhe seguram nas mãos. Isto permite que treine o equilíbrio em segurança e que teste diferentes profundidades e durezas.
Para além do equilíbrio, é bom continuarmos a refinar as motricidades fina e grossa. A motricidade fina refere-se a movimentos de precisão, como o movimento de pinça, enquanto a motricidade grossa está mais relacionada com o controlo físico.
Foto: Tempojunto
Vamos trabalhar a motricidade fina.
É simples, mais uma vez!
Este exemplo do Tempo Junto é bem exemplificativo: peguem em bolas ou no que tiverem em casa – pode ser o ovo de madeira da costura (quem se lembra disso?), alguma tampa grande (limpem-na bem primeiro), um boião mais pequeno (como aqueles de bálsamo labial), algodão, um patinho do banho, etc. Coloquem esses objetos numa caixa e arranjem um tabuleiro de queques ou uma embalagem de ovos (se for das grandes, melhor) e deixem que a criança experimente pegar nos objetos e explorá-los e depois colocá-los no tabuleiro ou caixa. Podem mostrar-lhes como se faz, mudá-los de sítio para ver como reagem – o que conta é mesmo que eles mexam nas coisas!
Foto: Tempo Junto
Aqui têm uma variante: um rolo de cozinha colado à parede (podem fazer vários com comprimentos diferentes) por onde podem passar os objetos.
Estes momentos servem para quem também lhes ensinarem pequenas coisas, como por exemplo, pôr algo no caixote do lixo. Façam algo como a atividade acima, mas com objetos grandes e caixas (ou mesmo um caixote do lixo limpo). Foi assim que a nossa pipoca aprendeu a ir pôr a fralda dela no lixo, eheheh 🙂
Foto: Happily Ever Mom
Também nesta onda, é ótimo arranjarem uma caixa de ovos de cartão e fazerem furos no fundo. Depois dão a caixa ao bebé, virada com o fundo para cima, e dão-lhe também algumas cotonetes e palhas para que encaixem nos buracos.
Mais para a frente, podem aumentar a complexidade da atividade, colorindo as zonas da caixa de ovo e os objetos para que a criança comece a associar as cores. 🙂
Mais uma ideia: Arranjem uns carrinhos (entendam aqui brinquedos com rodas, sejam em forma de carro ou de animal ou o que quiserem) e façam uma pequena pista: ponham livros inclinados a fazer de rampa, almofadas, caixas, etc. Aí têm uma pista de brincar a custo zero 🙂
Ótimo para esta idade é também pô-los à procura de um objeto. Peguem em algo que o bebé consiga associar a um nome (ou que esteja a aprender a fazê-lo), mostrem-no e depois escondam-no. Peçam-lhe para ir buscá-lo. Podem ir repetindo, sendo que mais tarde deixarão de lhe mostrar o objeto porque já será reconhecido pelo nome 🙂
Claro que isto também funciona connosco – o conhecido “cucu” ou até fazer uma tenda com uns lençóis com cadeiras ou debaixo da mesa da sala, porque leva a mundos novos e explora a criatividade aos poucos.
Momentos Arte Ataca!!
Desde cedo que faço alguns momentos mais artísticos (sim, gente, envolve sujar as mãos e ficar com lixo nas unhas durante 3 dias, mas vale a pena). Explorámos tintas comestíveis e alguns materiais e vamos evoluindo no que usamos.
Podem começar por algo simples e mais limpo como pôr guache de várias cores num saco de congelação (daqueles com fecho zip) e fechando bem (aconselho-vos a porem fica cola para fechar). Depois dêem para a mão da criança e deixem-na apertar e misturar as cores. é um bom princípio para eles verem as cores misturadas. O melhor é mesmo começarem com isto mais pelos 6 a 9 meses e depois irem passando para o “hands on”.
Foto: Ali Express
Explorem de tudo: lápis de cera, lápis de cor (têm uns top da Giotto, que são grossos e ficam muito bem nas mãos pequenas deles), giz, tintas não tóxicas e até corante alimentar. Podem juntar o corante a iogurte ou queijo-creme e têm ali uma pasta para pintar comestível, caso os vossos pimpolhos ainda estejam numa fase oral.
À medida que os pequenotes forem controlando os movimentos, podem acrescentar pincéis, rolos pequenos ou esponjas (ou carimbos de batata!) à equação para que sirvam de elemento criativo novo para exploração. Podem fazer vocês ou então comprar barato nos asiáticos (eu comprei alguns no Ali Express, porque estavam super baratos). Claro que no meio disto, eles vão querer pintar com as mãos – e é ótimo que queiram. Podem fazer uma pintura mais organizada com eles (exemplo: desenhem uma figura numa folha e digam-lhe / ajudem a pintar bolinhas com os dedinhos) ou deixar fluir. Podem acabar todos pintados, por isso vistam roupa velha, vistam-lhes uma bata ou babete de plástico (reservem uma para estas atividades, é mais simples) e façam isto num sítio que possa levar com restos de tinta.
Não estejam muito preocupados se a folha em que vão pintar está a branco ou não – na verdade o importante é explorar! Aqui temos normalmente as folhas A4 brancas, mas tinha ainda umas coloridas que utilizámos da última vez. Só tive pena de não ter folhas A3, que teriam dado mais espaço para pintar.
E eis que sai uma obra de arte!
Podem daqui aproveitar para fazerem uma pintura com as mãos ou com os vossos materiais numa tela pequena (comprem nos chineses) ou até num azulejo 🙂 À medida que o controlo for maior, podem passar para pintar uma colher de pau, um copo de iogurte ou uma caneca, por exemplo 🙂 Imaginem que daqui sai uma prenda gira!
Música, Maestro!
Para fazer música e criar ritmos não precisamos de ir muito longe. Peguem numa caixinha pequena e ponham-lhe massas; ou num boião (aqueles do Compal Essencial são 5 estrelas para isso) e ponham arroz, pevide, botões e selem bem (colem, se for necessário).
Dêem-lhes para as mãos e assim que perceberem que fazem barulhos será hora da brincadeira!
Um quadro mais sensorial
Esta pode dar-vos um pouco mais de trabalho a preparar, mas é gira e reutilizável: peguem num pedaço de madeira ou de cartão (grandote, não se acanhem) e colem lá vários materiais:
- podem pôr uma área para uns fechos éclair;
- outra com buracos para encaixar coisas;
- colar um copo para pôr coisas dentro;
- colar o tubo do papel de cozinha para passar objetos;
- colar vários materiais para irem lá mexer;
- porem fita-cola de papel ou da normal colada (pode ser pedaços que se sobreponham) para poderem descolar e voltar a colar;
- autocolantes variados para irem mexer;
- etc
Se conseguirem criar uma zona para ímanes, ainda mais giro vai ficar! Depois é só brincarem com isto no colo / chão ou afixarem numa parede. 🙂
Foto: Elements Of Ellis
Numa primeira fase, podem só arranjar papel autocolante e forrar a placa com a parte autocolante para fora (pelo menos num dos lados). O objetivo é colar e descolar – e perceber a cola nas mãos!
Vejam o exemplo sem a placa na imagem ao lado – fácil, numa parede ou porta. É só arranjarem o que colar (papéis, algodão, pedaços de EVA, penas, flores de plástico, tecidos… tudo serve!).
Para já deixo-vos estas atividades, com a promessa de recuperar o tema em breve – e com sugestões vossas, se existirem!
No meio destas ideias, não se esqueçam de ler, imitar os animais, cantar e dançar, conversar… tudo é brincadeira 😉
Para já, digam-me se experimentarem 🙂
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